segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Globalizar-se ou defender a identidade: como escapar dessa opção.

“Quando escutamos as diversas vozes que falam da globalização, surgem os problemas, ou os contra sensos. Ao mesmo tempo em que é concebida como expansão do mercado e, portanto, da potencialidade econômica da sociedade, a globalização reduz a capacidade dos Estados nacionais, dos partidos, dos sindicatos, e dos atores políticos em geral. Produz maior intercâmbio transnacional, mas enfraquece a segurança de se pertencer a uma nação, porque as tarefas de decisão da política nacional parecem ser transferidas paras as empresas ou corporações de uma economia mundializada. Os governos nacionais ficam reduzidos a simples administradores de decisão alheia.”
Falar da globalização é falar de interação supranacional, isto é, uma integração que não depende das barreiras ou das fronteiras nacionais. Um dos principais obstáculos para que os cidadãos acreditem nesses projetos de integração supranacional são os efeitos negativos dessas transformações ma sociedade nacionais e locais. È difícil consenso popular para mudanças na relação, comercio e consumo que tendem a enfraquecer os vínculos das pessoas o seu território nativo, a suprimir postos de trabalho, aumentando o desemprego e a achatar os preços dos produtos locais.
Os cidadãos se sentem imponentes quando a referência é uma empresa transnacional que fabrica peças de um automóvel ou um televisor em quatro países, montam o produto em um quinto e tem seus escritórios em uns dois três. A distância equivale, às vezes, aquela que experimentamos ao receber mensagens pela televisão, pelo cinema pela internet, vinda de lugares identificáveis. As perguntas que surgem é se, perante esse poderes anônimos ou translocalizados, podem haver sujeito na produção e no consumo. Cada vez mais, trabalha se para outros, mas não patrões ou chefes identificáveis, e sim empresas transnacionais anônimas que ditam, a partir de lugares obscuros e também não identificáveis, regras indiscutíveis e inapeláveis.
 As relações estabelecidas entre cidadãos e as entidades supranacionais são distantes. A globalização estimula a concorrência internacional e desestrutura a produção local ou nacional. Em relação a cultura, favorece a expansão de industrias culturais, com capacidade de homogeneizar  os gostos e os costumes. Destrói ou enfraquece os produtos locais pouco eficientes. Em uns poucos casos, dá a essa cultura a possibilidade de estilizar-se e difundir sua musica, suas festas e sua gastronomia por meio de empresas transnacionais.
A concentração nos Estados Unidos, Europa e Japão das pesquisas científicas e das inovações em informação e entretenimento aumenta a distância entre o que se produz nos países desenvolvidos e as produções raquíticas e desatualizada dos países periféricos. O poder dos sindicatos é cada vez mais limitados, e o nome que as empresas sem rostos – com marca, mas sem rostos – dão a isso a ‘flexibilização da produção e do trabalho’. Na verdade, o que se torna instável, mais do que flexível, são as condições de trabalho; o trabalho é rígido porque é incerto, o trabalho deve cumprir a risca os horários, os rituais de submissão, a adesão e uma ordem alheia que acaba sendo interiorizada  para não perde o salário.
Depois das 16 horas, hora local em Berlim, a locução do aeroporto é feita na Califórnia, por razões tão simples quanto inteligentes. Em primeiro lugar, ali não é necessário Pager mais por serviços fora do horário comercial. Em segundo lugar, os custos salariais são consideravelmente mais baixos na Califórnia do que na Alemanha.
De maneira semelhante, as peças de as peças de entretenimento (programas de TV, vídeo clipe, telenovela ...) são produzidas por outros agentes distantes, também sem nomes, com as logomarcas – CNN, Televisa, MTV – cujo titulo completo a maioria muitas vezes desconhece. Em que lugar são produzidos esses thrillers, telenovelas, noticiários e seriados?  Em Los Angeles, Cidade do México, em Bueno Aires, Nova Iorque ou, quem sabe, num estúdio disfarçado em certas baia dos Estados Unidos? Afinal, a Sony não era japonesa? Que é que ela faz, então, transmitindo de Miami?
GARCÍA-CANCLINI, Néstor. A globalização imaginada. São Paulo: Iluminuras, 2003, pp. 19-25 (texto adaptado).

9 comentários:

  1. nossa que texto enorme e ruim quando as professora fazem isso ne nao gosto disso e acho que ninguem gosta disso

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  2. eu quero a introdução do texto ajuda ai gente bjs. Fiquem com Deus.

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    1. entao voce estuda kkk brincadeira a resposta e que a globalizaçao estimula a um so reino ....dos fragmentos

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    2. você não precisa de introdução se você tem cabeça então estuda lê que você mesmo vai fazer sua introdução ;)

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  3. Você é um idiota que não consegue fazer as coisas sozinho e se ecocha nos outros seu PAU NO CÚ!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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